Camila Pati
Publicado por Exame. com
Atenção
homens! Passar mais tempo em casa cuidando das crianças ou lavando louça e
cozinhando pode levá-los a sofrer “bullying” no trabalho. Isso porque quem sai
do papel tradicional de gênero no ambiente familiar enfrenta olhares de soslaio
e desrespeito durante o expediente. E isso vale tanto para os homens quanto
para as mulheres. É o que revela recente pesquisa publicada pela Rotman School
of Management, da Universidade de Toronto, no Canadá.
Cuidar dos filhos e das tarefas domésticas – tradicionalmente
encaradas como responsabilidades femininas – pode resultar em problemas de
relacionamento para os homens no mundo corporativo. Da mesma forma, mulheres
que decidem não ter filhos ou que não assumem para si o cuidado da casa são
mais vítimas de desrespeito dentro do escritório, do que as colegas mães e
donas de casa.
O mais impressionante é que a pesquisa indica que a forma como homens e mulheres agem na sua vida familiar tem mais influência no tratamento recebido no trabalho do que a própria execução das atividades profissionais
Isso porque, quem se adequa ao perfil, via de regra, é mais bem
tratado, segundo descobriram os pesquisados da Rotman. Ou seja sofrem menos os
homens e mulheres que seguem à risca papéis tradicionais em casa e há uma
pressão para que assim seja. “Eles podem optar por não ter filhos, se esses
papéis tradicionais não são viáveis para eles, ou ficar no caminho das metas de
família ou carreira”, conclue a professora Jennifer Berdahl, uma das
pesquisadoras que assina o estudo.
A pesquisa envolveu dois estudos de campo. O primeiro em
ambientes profissionais dominados por homens e o segundo em locais de trabalho
em que mulheres eram maioria. Nos dois, quem não se encaixava no estereotipo
comportamental doméstico era provocado e excluído por colegas de trabalho.
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