Por Vicente Vilardaga
Publicado por Revista Alfa Jun/2013
Enquanto o primeiro acha uma
solução no menor tempo possível, o outro, em geral, se precipita, queima etapas
e acaba fazendo uma besteira. A rapidez que leva ao erro é um defeito
profissional. Ser
rápido é uma grande virtude para homens de negócios e executivos de qualquer
área. Todos os chefes gostam daqueles profissionais que olham o mundo com
perspicácia e agem com rapidez. Muitos ficam milionários da noite para o dia.
Um lance preciso e bum: R$ 1 milhão muda imediatamente de mãos. Essa sensação
de emergência, de que as coisas podem se transformar em um segundo, alimenta o
espírito de todos que estão no mercado. A agilidade é um valor em si – ser ágil
é uma qualidade.
Ninguém tem dúvidas a esse respeito. Mas não se deixe levar
pelo pior dos caminhos, o do ato impensado. E os limites, às vezes, são tênues.
Definitivamente, a rapidez não é considerada uma virtude quando ignora etapas,
leva ao erro, a entregas mal-acabadas ou é só uma forma de se livrar de um
problema, como quem dá uma batata quente ao outro. Aí, ela se torna
voluntarismo, incompetência ou impulsividade. E a impulsividade é um grave
defeito profissional.
“Não adianta querer ser ágil sem entender as variáveis críticas
que estão em jogo e conectar suas ações com o resultado esperado”, afirma Mario
Lucio Machado, diretor-presidente da Wisnet, consultoria de negócios e de
recursos humanos. “Muitas vezes, a solução é o caminho do meio, do bom senso e
do discernimento.
Não se trata nem de pensar nos efeitos imediatos nem só no
futuro.” Quantos executivos cheios de potencial não sucumbiram ao abismo da
impulsividade? Enquanto o rápido encontrava uma boa solução no menor tempo
possível, o outro se precipitava e usava o mesmo tempo para fazer uma bobagem.
Por trás de todo fracasso empresarial existe um equívoco fundamental, às vezes
relacionado a um erro estratégico, mas, também, a atos impensados, normalmente
relacionados à vontade de querer ganhar dinheiro rápido. É justamente nessa
pressa que se manifesta o impulsivo, que queima etapas sem conhecer os
processos nos quais está engendrado e os riscos que corre. É claro, às vezes,
queimar etapas não é um erro em si e o instinto ajuda a acertar.
Profissionais
bem-sucedidos conhecem bem essa experiência. Nas grandes decisões, normalmente
há algum impulso irracional, uma fé em si próprio que parece guiar o verdadeiro
homem de negócios ao acerto.
Fazer apostas, afinal de contas, faz parte do
jogo. Mas é importante entender que elas são apenas isso: apostas. Prega-se,
hoje, até que se erre rápido, por exemplo. A ideia é que se erre no começo do
processo e se corrija a rota.
A melhor forma de saber se você foi rápido e
efetivo não é olhando para os resultados. Mas avaliando sua consciência sobre
cada passo que foi dado até o ato final. Em alguns casos, você verá, a lentidão
e a paciência são qualidades.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui o seu comentário sobre esse post